Serra da Canastra – Roteiro de 6 dias

Serra da Canastra pra gente é um dos lugares mais fascinantes que existe, por isso quando fomos montar o roteiro da nossa expedição decidimos incluir ela no caminho.

Ela é razoavelmente perto daqui de onde moramos(676km), por isso que sempre que a gente pode a gente corre pra lá pra sair da rotina e curtir muita cachoeira, mato, trilha e ar puro. Cada pedacinho da Serra da Canastra tem um encanto diferente, a maioria das pessoas acha que cachoeira é tudo igual(água fria, queda d`agua e tals), mas na Canastra é diferente, já visitamos muitas cachoeiras, muitas mesmo e cada uma tem sua particularidade que faz a gente voltar sempre.

A Serra da Canastra tem uma área de 200 mil hectares, mas o parque só está efetivo em 71.525 hectares, porque tem muitas famílias que ainda moram no parque e não querem sair de suas terras, pois elas plantam e tem criações de gado. O nome Serra da Canastra deu-se origem ao seu formato que é bem parecido com um baú, olhando a Serra pela parte de baixe conseguimos ver bem certinho esse formato.

A Serra da Canastra além de possuir infinitas cachoeiras e exuberante vegetação do cerrado, tem também muitos animais silvestres como a ema, o tamanduá-bandeira, o veado campeiro e diversas espécies de gaviões. Mas o animais mais raros de se ver são o lobo-guará, tatu canastra e o pato mergulhão, este que está em extinção e vai ser cada vez mais difícil de encontrar.

Acho que vocês já perceberam que somos loucos por cachoeiras, não importa o tamanho ou a cor da água. E a Serra da Canastra nos proporciona tudo isso, tem tanta, mas tanta cachoeira lá que com todas as vezes que já fomos (não foram poucas), não conhecemos todas ainda. E claro que tem as preferidas que sempre voltamos pra nos banhar, como a Casca d’Anta, que é a primeira queda do Rio São Francisco com 186 metros de altura e a Cachoeira da Parida, que é de difícil acesso mas que compensa o esforço, pois tem uma beleza surreal.

Dia 1 – Lagoa Azul e Cachoeira do Paraíso Achado

Nosso primeiro dia na Canastra foi bem rápido pois no dia anterior o Luciano deu uma oficina em Franca/SP. Como dormimos na casa de amigos, acaba atrasando pra sair porque a prosa é boa demais. Nosso destino era São Roque de Minas mas no caminho passamos pela Pedreira Azul, que pertence a São João Batista do Glória.

Essa pedreira era um dos lugares mais incríveis que já fomos (e pasmem, é free), mas com o passar dos anos o turismo foi aumentando, e como lá é um lago de água da chuva (não é água corrente) acabou sendo contaminada pelos turistas, por causa do uso de protetor solar, xixi feito na água, e sem contar que a galera mais offroad acaba entrando com o carro dentro dela, Por esses e outros fatores que acabou ficando toda suja e imprópria pra banho.

Nós não tivemos coragem de entrar nem pra molhar os pés de tão estranha que estava. Mas enfim, espero que um dia ela volte a ter aquela água transparente e linda como era ano passado.

Depois de ficarmos um tempo na Pedreira seguimos para o Paraíso Achado. Sério, vcs tem que encontrar esse lugar, rsrs. Ela também tem o nome de Cachoeira do Poço Dourado, pois quando o sol bate na água do poço ele fica todo dourado. Ali tomamos banho e ficamos a tarde quase toda, sem pressa de ir embora…

Não deixe de ver o vídeo de nossa passagem por lá! Quem quiser, como sempre, também disponibilizamos o tracklog GPS:

 

Dia 2 – Cachoeira da Parida

Saímos do camping Picareta bem cedo porque a cachoeira fica 90km de distância de São Roque de Minas. O caminho é bem bonito, todo cheio de verde, plantações, animais e claro, cachoeiras, rsrsrs. A estrada é relativamente boa, tem muita costela de vaca, mas é super tranquilo.

No caminho podemos ver muitos Tucanos (ave que amo), e outras infinitas espécies e também temos que atravessar 2 pequenos rios que são rasos, mas que temos que nos atentar quando estiver chovendo pois pode encher demais e não dar pra atravessar com o carro.

A Parida fica em propriedade particular, o Seu Manoel que é o dono é um matuto bom de prosa, cuida das vaquinhas, planta e tem uma raridade só dele na propriedade, a Parida. A trilha pra chegar na cachoeira é média. Começa pelo pasto, depois atravessa uma pinguela e segue até começar a trilha sobre as pedras. O primeiro ponto de parada é o Poço do Macaco, que deve ter uns 6 metros de profundidade. Temos que fazer a travessia à nado e escalar a lateral da pequena cachoeira para dar continuidade na trilha que será dentro do cânion, A travessia é bem tranquila, eu que não sei nadar muito bem atravessei de boa, com a mochila dentro de um saco estanque. Depois é só seguir o cânion que não tem erro. Como dessa vez fomos depois das chuvas, demorou um pouco pra chegarmos na Parida, porque os poços dentro do cânion estavam muito cheios, dificultando a caminhada. A Parida é tão fantástica que o tempo voa quando estamos diante dela, ela tem uma beleza só dela, não é uma cachoeira alta, mas por ser dentro de um cânion, ela fica mágica!

 

Dia 3 – Parte alta do Parque

Esse passeio da parte alta do parque pode ser feito com qualquer veículo, mas o mais apropriado é o 4×4 pois a estrada é bem ruim, com muitos buracos e pedras enormes.

Me lembro que na nossa primeira vez no parque (acho que lá em 2013) tínhamos uma Palio Adventure. Nossa, rodamos o parque inteiro sem nenhum problema, foi o dia mais maneiro, pq a gente achava que não ia conseguir. Claro que fizemos os passeios mais famosos (nascente, casca dànta, curral de pedras) mas foi massa.

A gente sempre sobe na parte alta pela portaria 1 que fica em São Roque de Minas porque o camping do Seu Chico Chagas (Camping Picareta – onde sempre nos hospedamos) fica bem no pé da subida. Lá em cima tem muita coisa pra fazer, você gasta o dia todinho lá e ainda não dá tempo de ver e fazer tudo. Costumamos sempre subir bem cedo, na hora que abre o parque já estamos lá esperando.

Tem uma taxa de visitação (que em março de 2018 era de R$10.00 por pessoa) e não pode entrar com bebidas alcoólicas.  Já vimos emas, veados campeiros(mãe e filhote juntos), diversas espécies de aves, mas ainda não encontramos por exemplo o lobo-guará que a gente tanto queria ver.

As atracões da parte alta são: nascente histórica do rio São Francisco, Curral de Pedra, a primeira queda da Casca d’Anta, garagem de pedra, cachoeira Rasca Canga, piscinas naturais da cachoeira do Rolinho e a cachoeira do Fundão. Se for analisar os passeios são poucos, mas a distância entre eles é muita! Por isso gasta-se o dia todo e não dá tempo de fazer tudo… Veja o video clicando no link abaixo que tá bem bacana!

 

Dia 4 – Cachoeiras do Capão Forro

No período da manhã precisamos viajar para Piumhi levar nossa geladeira que tinha parado de gelar. Perdemos muita coisa, deu uma dó danada! Com isso perdemos a manhã toda na estrada.

Como sobrou somente o período da tarde e o Complexo Capão Forro é bem perto do camping, decidimos revisitá-lo. Dentro do complexo tem 5 cachoeiras: Mata, Lobo, Capão Forro, Pulo e Cipó.

Na nossa opinião, a melhor pro banho é a Mata. Nossa ali você passa o dia todo e até esquece de visitar as outras cachoeiras, rsrsrsrs.

Como o complexo também é dentro de uma propriedade particular paga-se taxa de visitação. Em março de 2018, R$20.00 por pessoa.

https://web.archive.org/web/20190802230307im_/http:/caminhotracado.com.br/wp-content/uploads/2017/06/logo-youtube.jpg 

Dia 5 – Parte baixa do Parque

A parte baixa do Parque, em Vargem Bonita, é bem bacana também. Além de poder ver bem de perto a queda de 186 metros de altura da Casca d’Anta, você pode aproveitar as piscinas que se formam em toda extensão do rio.

O volume de água dessa cachoeira é impressionante, muita água mesmo. Tanta água que você sai molhado de lá só com o spray que se forma.

Nosso destino era

A trilha é muito fácil, mas chegar no poço dela lá em baixo é um pouquinho mais complicado por causa do excesso de umidade que deixa as pedras muito escorregadias. Mas com um pouco de cuidado é possível descer a pequena encosta de pedras até chegar no poço. Não nadamos no poço porque é muito fundo e com muita onda formada pela força da queda. Dá um pouco de medo, mas sentamos nas pedras e ficamos contemplando a imensidão de água que vinha parecendo um tsunami.

Na parte baixa também é necessário pagar taxa de visitação (R$ 10.00 por pessoa) na portaria 4 que fica em São José do Barreiro.

Para encerrar o dia visitamos a cachoeira da Lavrinha na volta para São Roque de Minas. Também em uma propriedade particular, com taxa de visitação.

 

Dia 6 – Cachoeira do Nego

Lembra que dissemos que ainda não conhecíamos tudo? Essa foi a primeira vez que fomos nessa cachoeira!

O acesso pra chegar nela é pela estrada fora do parque. Precisa ter muito cuidado pra andar fora do parque porque tem muita bifurcação, muita estradinha que o fim é dentro de propriedades particulares.Por isso que recomendamos sempre que as pessoas visitem os lugares com guias acostumados com a região ou utilizando os tracklogs que sempre disponibilizamos no wikiloc.

Mas não é difícil de chegar nela não. Ela fica dentro de uma propriedade particular e tem taxa de visitação de R$10.00 por pessoa (em março de 2018).

A trilha é bem fácil, não tem pedras grande a maioria do caminho é no plano, numa área de pastagem. Ela possui 3 quedas mas a gente só consegue chegar em uma, que a última. O cachorro da fazenda acompanhou a gente por todo o passeio, mas infelizmente não conseguimos saber o nome dele! A gente adora quando tem esses parceiros pela trilha, geralmente eles nos guiam pelos melhores caminhos da trilhas, rsrsrsrs.

A cachoeira é muito bonita e o poço, apesar de ser bem fundo, é ótimo para banho! Mas infelizmente começou a chover no dia e não conseguimos curtir muito, foi bem rápido. Fechou o tempo e voltamos pro carro embaixo de chuva.

De volta pro Camping, quando o tempo abriu um pouquinho, decidimos aproveitar o dia e visitar a Cachoeira da Chinela.